Sangria Terapêutica para que serve?

Sangrias: Uma Jornada Através da História e das Práticas Holísticas

 

Introdução às sangrias

As sangrias são um método de extração de sangue do corpo humano ou animal, com a finalidade de tratar ou prevenir doenças. Essa prática tem uma longa história na medicina e, mesmo hoje, ainda é utilizada em algumas terapias holísticas.

 

Sangrias na Antiguidade

Na Antiguidade, as sangrias eram uma prática comum entre os médicos e curandeiros. Os egípcios, gregos e romanos acreditavam que o equilíbrio dos fluidos corporais, conhecidos como humores(teoria humoral), era essencial para a saúde. A extração de sangue era vista como uma forma de equilibrar esses humores e curar doenças.

 

Sangrias na Idade Média

Durante a Idade Média, a teoria dos humores persistiu e as sangrias continuaram a ser uma prática comum. Nessa época, acreditava-se que a posição dos astros e planetas também influenciava a saúde humana. Assim, as sangrias eram realizadas de acordo com o calendário astrológico para maximizar seus efeitos curativos.

 

O declínio das sangrias na medicina ocidental

Com o avanço da ciência e da medicina no século XIX, a teoria dos humores foi gradualmente abandonada. A sangria caiu em desuso e passou a ser vista como uma prática ultrapassada e prejudicial à saúde.

 

Sangrias em terapias holísticas

Apesar de seu declínio na medicina ocidental, as sangrias ainda são utilizadas em algumas terapias holísticas, como a medicina tradicional chinesa e a medicina ayurvédica. Nessas tradições, a extração de sangue pode ser indicada para desintoxicar o corpo ou equilibrar a energia vital.

 

O papel das sangrias na homeostase

Em terapias holísticas, as sangrias podem ser realizadas para restaurar a homeostase, ou seja, o equilíbrio do organismo. A extração de sangue é vista como uma forma de aliviar a pressão sanguínea e permitir que o corpo se recupere naturalmente.

 

Métodos modernos de sangria

Hoje, as sangrias são realizadas com técnicas mais modernas e seguras, como o uso de agulhas esterilizadas e a extração controlada de sangue. Além disso, em algumas terapias alternativas, a sangria é feita com o uso de sanguessugas medicinais, que se alimentam do sangue e secretam enzimas com propriedades anti-inflamatórias e anticoagulantes.

 

Benefícios da Sangria

A Medicina Chinesa Tradicional recomenda a sangria, especialmente em casos de estagnação do Qi (energia vital) e do Xue (sangue), mas também existem várias outras indicações para a aplicação desta técnica:

Combate a febres e enfermidades febris como agente antipirético.

Trata síndromes de calor do tipo Shi (excesso), causadas por fatores patogênicos externos e excesso de Yang.

Auxilia na redução da dor decorrente da obstrução de algum canal energético, estase de Xue (sangue) e do Qi (bioenergia).

Estimula o coração, incentivando a circulação sanguínea, sendo assim indicado em alguns casos de insuficiência cardíaca.

Ação anti-inflamatória.

Efeito descongestionante.

Alívio da depressão.

Tratamento da Síndrome do Pânico.

Ação anti-hipertensiva, diminuindo o calor e acalmando a hiperatividade do Yang do fígado; em situações em que a pressão arterial aumenta abruptamente, a sangria é um método terapêutico de emergência muito eficiente.

Desintoxicação em casos de envenenamento causados por monóxido de carbono, álcool e infecções.
Efeito tranquilizante, ajudando a combater a agitação e ansiedade, favorecendo a conexão entre os principais canais energéticos.

Regulação do equilíbrio geral do paciente, promovendo o ajuste energético entre a circulação do Qi (bioenergia) e do sangue (Xue), acalmando o fígado e eliminando a estagnação.

Combate ao inchaço patológico (tumefação).

Indicado para tratar asma.

Eficiente no tratamento de erisipela.

 

 

 

 

Sangrias e a medicina personalizada

A medicina personalizada, que busca abordagens terapêuticas específicas para cada indivíduo, também pode levar em consideração o uso das sangrias em casos específicos. Entretanto, é importante destacar que, mesmo nesses casos, a prática deve ser realizada por profissionais capacitados e em condições adequadas.

 

A importância da informação e do discernimento

Como em qualquer tratamento médico ou terapia alternativa, é fundamental buscar informações confiáveis e baseadas em evidências científicas antes de optar pela realização de uma sangria. Cabe ao paciente e ao profissional de saúde analisar os prós e contras dessa prática e tomar uma decisão informada.

 

Sangrias: Possíveis complicações e precauções

As sangrias, quando realizadas de forma inadequada ou por profissionais despreparados, podem levar a complicações como infecções, reações alérgicas e anemia.

Além disso, a extração excessiva de sangue pode resultar em hipotensão e desequilíbrios eletrolíticos. Por isso, é fundamental seguir as orientações de um profissional qualificado e respeitar os limites do próprio organismo.

 

A interação entre sangrias e outras terapias

Em algumas abordagens holísticas, as sangrias podem ser combinadas com outras terapias complementares, como a acupuntura, auriculoterapia, a fitoterapia, homeopatia, aromaterapia e a meditação. Essa abordagem integrativa busca tratar o paciente de forma mais completa e equilibrada, considerando não apenas os aspectos físicos, mas também os emocionais e espirituais.

 

A evolução das práticas de sangria

Ao longo da história, as sangrias sofreram transformações significativas, tanto em relação às técnicas utilizadas quanto às indicações terapêuticas.

Atualmente, a prática é vista com mais cautela e, embora ainda existam defensores de seu uso em terapias holísticas, é importante que os pacientes estejam cientes dos riscos e benefícios envolvidos.

 

 

Como se tornar um terapeuta para poder trabalhar com sangrias?

Tornar-se um terapeuta capacitado para trabalhar com sangrias requer educação, treinamento e, em alguns casos, certificação. 

 

Escolha uma abordagem terapêutica

Antes de começar, é importante decidir qual abordagem terapêutica você deseja seguir, como medicina tradicional chinesa, medicina ayurvédica ou naturopatia. Cada uma dessas práticas tem suas próprias filosofias, técnicas e indicações para a realização de sangrias.

 

Educação e treinamento

Busque cursos online ou presenciais, workshops e programas de formação na área de terapia escolhida. As instituições que oferecem esses cursos podem variar de escolas de medicina alternativa e universidades a centros de treinamento especializados.

Certifique-se de escolher um programa de treinamento reconhecido e respeitado.

 

Estágio e prática

Aprender com profissionais experientes é essencial para desenvolver habilidades práticas e conhecimentos específicos relacionados às sangrias. Procure oportunidades de estágio ou mentoria com terapeutas ou clínicas especializadas na abordagem terapêutica escolhida.

 

Certificação

Dependendo da abordagem terapêutica e do país em que você deseja praticar, pode ser necessário obter certificações ou licenças profissionais para trabalhar com sangrias. Informe-se sobre os requisitos legais e regulamentações locais antes de começar a atuar na área.

 

Desenvolva habilidades interpessoais

Trabalhar com sangrias requer habilidades interpessoais sólidas, como empatia, escuta ativa e comunicação clara. Essas habilidades são cruciais para estabelecer um relacionamento de confiança com os pacientes e garantir que eles se sintam confortáveis e seguros durante o tratamento.

 

Educação continuada

A medicina alternativa e as terapias holísticas estão em constante evolução, e é importante se manter atualizado sobre as últimas pesquisas, técnicas e debates no campo.

Participar de conferências, ler publicações especializadas e manter-se envolvido na comunidade profissional são maneiras eficazes de garantir que você continue aprendendo e crescendo como terapeuta.

 

 

Controvérsias e considerações finais

As sangrias continuam sendo um tema controverso na medicina. Enquanto algumas terapias holísticas defendem seu uso para tratar doenças e desequilíbrios, a medicina ocidental, em geral, não recomenda essa prática.

É importante lembrar que cada caso é único e, antes de realizar uma sangria, é essencial consultar um profissional de saúde qualificado para avaliar os possíveis benefícios e riscos associados ao procedimento.

 

 

Conclusão

As sangrias têm uma história rica e complexa, passando por períodos de popularidade e declínio na medicina. Hoje, a prática ainda encontra espaço em algumas terapias holísticas, embora seja vista com cautela pela medicina ocidental.

 

A informação e o discernimento são fundamentais para tomar uma decisão consciente sobre a realização de uma sangria, sempre levando em consideração as orientações de profissionais qualificados e os possíveis riscos e benefícios associados ao procedimento.