Ao transportar para a prática clínica os conhecimentos das experiências no homem são e da lei dos semelhantes, Hahnemann verificou que nas doses habituais ou ponderais algumas vezes a ação da substância agravava muito o enfermo (após o enfermo ter tomado o medicamento ele tinha uma piora forte de seus sintomas, com duração de tempo variável) e passou a dilui-las.
Quando Hahnemann se intoxicou com a tintura da planta “china” (Chinchona officinallis), para experimenta-la, ele apresentou sintomas graves que poderiam inclusive ter lesado seu organismo (sintomas fortes de febre alta, calafrios, etc), num quadro sintomático muito parecido com o da malária, e que melhorou só após dias de sofrimento.
Provavelmente "a exemplo do que fazemos intuitivamente com um suco que está muito forte ou concentrado, diluindo-o, também Hahnemann passou a diluir as substâncias com as quais trabalhava, na tentativa de suavizar os sintomas de intoxicação dos indivíduos sadios durante a experimentação, bem como os sintomas de agravação nos indivíduos doentes em tratamento através da lei dos semelhantes" 1. E observou que tanto mais diluída, maior era a ação curativa do medicamento e menores as agravações.
A grande surpresa foi que nos sintomas de experimentação, ou seja, na patogenesia, ao fazer a diluição ao invés dos sintomas diminuírem foram ficando cada vez mais acentuados e sutis, de acordo com a sensibilidade dos experimentadores.
E chegou "naquilo que hoje conhecemos como doses infinitesimais "1 ou muito pequenas.
" Graças as observações de Hahnemann, os remédios escolhidos de acordo com o pricípio de similitude são mais poderosos quando dados diluídos e succionados:
A 'potencialização' ou dinamização aumenta a eficácia do medicamento ainda que as moléculas não estejam mais teoricamente presentes (além do número de Avogrado 10-23, isto é, o número de moléculas/ molécula-grama)".
Como ele chegou a isso, exatamente, não se sabe. Pode se supor que tenha percebido que agitando, o poder medicamentoso da substância aumentava. Mas o mais provável é que ele tenha retirado esse procedimento da alquimia, não comentando isso publicamente por receio de aumentar a ira e a rejeição
que a Homeopatia despertava na medicina oficial e nos farmacêuticos da época.
Hahnemann preconizava o medicamento único nas experimentações, por ser a única maneira de se avaliar e individualizar o real poder medicamentoso da substância que estava sendo experimentada.
Sobre isso, alguns homeopatas afirmam que o medicamento único é só recomendado por Hahnemann para as experimentações, outros que seria tanto para o uso nas experimentações como nos tratamentos clínicos.
Os fatos são:
- Se as substâncias foram experimentadas isoladas, como prever sua ação quando dada junto a outras?
- Porém em várias situações se usam dois ou mais medicamentos dados juntos ou separados com sucesso, tendo em vista que o conceito do que é sucesso, nesses casos, pode variar entre as linhas homeopáticas.
- O que acredito é que não deve se perder de vista é que o ideal é tratar o paciente como um todo.
Ter esse ideal em mente a primeira vista pode parecer que não faz diferença, mas faz, afinal somos seres vivos ou somos fígados e cia ambulantes?