Nova visão da Homeopatia [Dr Matheus Marin Homeopatia]

Nova visão da Homeopatia [Dr Matheus Marin Homeopatia]

Nova visão da Homeopatia

uma ciência sempre em evolução

   A Homeopatia, como toda ciência, evolui continuamente à medida que seus pesquisadores têm mais hipóteses e dados vão acrescentando à sua teoria.

Atualmente, uma nova forma de se falar sobre ela vem tomando forma, acompanhando essas novas descobertas e enfoques. Vamos aqui colocar essa nova explicação, complicada a princípio, mas talvez mais lógica e, porque não, algo que talvez traga menos conflito entre as diversas "facções" da Homeopatia, pois é generosa e nos contempla com explicações que se adequam à grande parte das correntes homeopáticas.

 doses na homeopatia

Homeopatia

1. Homeopatia

A Homeopatia é caracterizada por alguns princípios:

1.1 - o da experimentação no indivíduo são

1.2 - o da similitude ( obedece a lei da semelhança )

1.3 - o da totalidade do indivíduo,

1.4 - vitalismo

1.5 - medicamentos diluídos e dinamizados.

Cito, antes de começar, algumas palavras da Dra. Bastide, imunologista e pesquisadora francesa:

Similitude, totalidade do indivíduo e medicamento diluído e dinamizado "são um nonsence à ciência dominante a qual é baseada na lógica da matéria de acordo com o paradigma (modelo) mecanicista. Este paradigma (modelo) tem sido tão fecundo que nós pensamos nele como a única lei da racionalidade.

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Contudo, outros fatores fazem ser necessária a criação de um novo caminho de pensamento, porém precisamos ser racionais.

A função do corpo vivo é um desses fatores, o organismo vivo não pode ser considerado como um objeto:

  • ele é heterogêneo;
  • ele funciona como um todo e não pode ser separado em seus diferentes elementos;
  • ele é continuamente modificado em função do tempo; ele tem uma memória fisiológica

e física, representada pelo sistema imune;

ele está num contínuo e irreversível processo de aprendizado." 2

 

1.1- Experimentação no homem são

Umas das grandes observações de Hahnemann postas em prática foi o de que, se um homem saudável tomava determinadas ( uma de cada vez) substâncias por um certo tempo, ele começava a apresentar sintomas que ele não apresentava normalmente sem tomá-las.

 

E estes sintomas agrupados pareciam relatos de uma doença artificial. E quando um indivíduo doente aparecia em sua clínica, se alguns dos sintomas importantes e bem marcados de seu paciente era do grupamento de um dos medicamentos, e se este medicamento era dado ao paciente, ele melhorava muito.

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E estes grupamentos de sintomas de medicamentos, tanto físicos como mentais, foram sendo colocados em livros chamados de matéria médica homeopática.

 

Para se fazer esta experimentação homeopática várias regras tem que ser seguidas, como em um modelo experimental, para serem válidas. E elas são feitas até hoje, com substâncias novas, para aumentar a matéria médica, e com as já experimentadas, para aperfeiçoá-las.

 

Toda substância que tem sua experimentação feita é considerada medicamento homeopático.

1.2 - Similitude



A "Homeopatia é a clínica da similitude", como diz o Dr. Matheus Marin, médico e pesquisador brasileiro.

Um ser doente apresenta vários sintomas, sendo que uns são mais completos, menos indefinidos que outros.

 

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Exemplificando :

Um doente tem (1)febre as 4 horas da manhã, com calafrios; (2)manchas roxas na perna esquerda que pioram com calor, (3)frio; (4)suor com febre; (5)falta de apetite; (6)fica agressivo quando com febre e agride quem está próximo.

 

Os sintomas (1); (2) e (6) são mais completos e são eles que vão indicar o medicamento. O medicamento vai ser procurado na matéria médica, e os sintomas do paciente são semelhantes aos dos sintomas do medicamento que vai ser escolhido para ele tomar.

 

Ainda segundo a dra. Bastide, "o medicamento homeopático é a representação mimética (semelhante) da doença",.

 

1.3 - Totalidade sintomática

Para a Homeopatia não temos um corpo com um monte de orgãos e tecidos. Temos um ser em que órgãos e tecidos formam um corpo a seu serviço. Então, os vários sintomas de uma doença de um ser dizem respeito a todo seu corpo, porque sua totalidade de componentes responde à unidade que é o SER.

 

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Hahnemann já pressupunha que o corpo humano é uma unidade, no sentido que ele não funciona em partes independentes umas das outras sem uma finalidade, e sim partes que funcionam harmonicamente para constituir uma ser. E, por conseguinte, quando uma parte adoece, o todo se compromete e todo o ser adoece.

 

O medicamento homeopático quando é tomado age no corpo todo ao mesmo tempo, em todas suas lesões. Ele também pode ser usado para agir localmente, mas é um uso pobre da Homeopatia. ( que não se confunda isso com a Homeopatia francesa feita com eficiência.)

 

1.4 - Vitalismo

Vitalismo, na realidade, é uma corrente filosófica médico biológica, que segundo o Novo Dicionário Básico da Língua Portuguesa Folha/Aurélio, é a "doutrina que afirma a necessidade de um princípio irredutível ao domínio físico-químico para explicar os fenômenos vitais."

 

Isto envolve a questão do corpo dos seres vivos - é um amontoado de órgãos funcionando ao mesmo tempo? Tem alguma função fora funcionar? Algo o regula e harmoniza? Algo rege o funcionamento do corpo, fazendo-o funcionar harmoniosamente ?

 

O que seria este regente ? Seria a alma?

 

Hahnemann achava que há uma força que rege o funcionamento do corpo, como nos diz em vários de seus parágrafos no Organon ( livro que descreve as regras de Hahnemann para a Homeopatia ), a força vital e a separava do "espírito que nele habita".

 

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Ele não sabia a natureza dessa força, e dizia não ser dado aos mortais saberem, mas a comprova na prática clínica, pois como não acreditar que se regulando esta força vital o ser se reequilibrar (curava), se ele via isso na prática, feito com um só medicamento ?

 

1.5 - Medicamento diluído e dinamizado, e único ?

 

Ao transportar para a prática clínica os conhecimentos da experiência no homem são e da lei dos semelhantes, Hahnemann verificou que nas doses habituais ou ponderais algumas vezes a ação da substância agrava ( os sintomas eram muito intensos) muito o enfermo e passou a diluí-las.

 

Quando Hahnemann se intoxicou com a tintura da planta "china" (Chinchona officinallis), para experimenta-la, ele apresentou sintomas graves que poderiam inclusive ter lesado seu organismo (sintomas fortes de febre alta, calafrios, etc.), num quadro sintomático muito parecido com o da malária, e que melhorou só após dias depois dele ter parado de tomá-la.

 

Provavelmente "a exemplo do que fazemos intuitivamente com um suco que está muito forte ou concentrado, diluindo-o, também Hahnemann passou a diluir as substâncias com as quais trabalhava, na tentativa de suavizar os sintomas de intoxicação dos indivíduos sadios durante a intoxicação , bem como os sintomas de agravação nos indivíduos doentes, em tratamento através da lei dos semelhantes".1

 

E observou que tanto mais diluída, maior era a ação curativa e menores as agravações .

 

A grande surpresa foi que, nos sintomas de experimentação, ou seja, na patogenesia, fazendo a diluição e sucussão, ao invés dos sintomas diminuírem, foram ficando cada vez mais acentuados e sutis, de acordo com a sensibilidade dos experimentadores.

 

E chegou "naquilo que hoje conhecemos como doses infinitesimais".1

 

" Graças as observações de Hahnemann, os remédios escolhidos de acordo com o princípio de similitude são mais poderosos quando dados diluídos e succionados:

 

a 'potencialização' ou dinamização aumenta a eficácia do medicamento ainda que as moléculas não estejam mais teoricamente presentes (além do número de Avogrado 10 -23, isto é, o número de moléculas/ molécula-grama)".2

 

Como ele chegou a isso, exatamente, não se sabe. Pode ser que tenha percebido que agitando, o poder medicamentoso da substância aumentava. Mas o mais provável é que ele tenha retirado esse procedimento da alquimia, mas não divulgou por receio de aumentar a ira e a rejeição que a Homeopatia despertava na medicina oficial.

 

Hahnemann preconizava o medicamento único nas experimentações, sendo a única maneira de se avaliar e individualizar o real poder medicamentoso da substância que estava sendo experimentada.

 

Depois disso, alguns homeopatas dizem que isso é só para as experimentações, outros que seria tanto para o uso nas experimentações como nos tratamentos clínicos.

 

O fato é que, se as substâncias foram experimentadas isoladas, como prever sua ação quando dada junto a outras ?

 

2. A Homeopatia hoje

Alguns fatos caracterizam a Homeopatia hoje, notadamente no Brasil, que é onde a autora está :

 

.1. Está se passando por um revisionismo das matérias médicas e do repertório, visando passar a limpo as traduções e corrigir possíveis equívocos desta.

 

.2. Está se retomando a leitura dos textos antigos, para a apreensão da linha de pensamento dos homeopatas antigos e de Hahnemann, para tentar impor uma linha mestra na Homeopatia atual que condiz mais com suas origens.

 

.3. A Homeopatia hoje em dia, a grosso modo, tem os seguintes "grupos" de estudo :

 

  • estudo da teoria homeopática (estudo da filosofia desde a antiguidade, das teorias filosóficas que influenciaram Hahnemann, estudo do vitalismo e da similitude, etc.)
  • estudo do repertório ( busca dos autores responsáveis pelos sintomas, verificação de traduções, confrontação entre mesmos sintomas em autores diferentes, etc.)
  • estudo da matéria médica, ( idem anterior)
  • estudo da prática clínica (aperfeiçoamento e aplicação da teoria para a prática)

- pesquisas nas quatro áreas (novas experimentações, re-experimentações, acréscimos de novos sintomas -confiáveis- ao repertório, verificação do modo de ação do medicamento homeopático, desenvolvimento de modelos científicos para sua comprovação, troca de informações com outras ciências, como física, etc. ).

3. A Homeopatia e a veterinária

A Homeopatia é uma terapêutica trabalhosa de ser estudada. Exige muita dedicação, estudo e uma disposição forte para conseguir enxergar outros modos de ver a cura que não seja somente a da medicina oficial.

 

Também é altamente desejável que o clínico faça um curso regular, se possível. Economiza muito tempo de práticas inúteis e dá embasamento para que ele clinique com mais segurança, por ter noção do que está ocorrendo com seu paciente.

 

É perfeitamente possível usar a Homeopatia em animais. Essa autora falará mais sobre cães, pois é esta raça, e gatos, que ela atende.

 

Tanto quanto em humanos, é possível fazer uma Homeopatia de primeiro nível, tratando os animais só pelas lesões observadas nos diversos órgãos e sintomas das doenças, e de segundo nível, observando também sua personalidade e as alterações dela na doença.

 

Interessante também observar que cães e gatos tem personalidade observável, com sintomas interessantes e individualizantes, porém há de se destacar que, para enxergar este tipo de sintoma, o veterinário precisa se propor a observar com muita atenção seu paciente, e fazer uma coisa que veterinários em geral não o fazem, que é estudar o comportamento, a etologia, a ecologia dos animais que trata.

 

Como para a Homeopatia interessa os sinais e sintomas de alteração do ser, é muito importante saber o seu normal para não valorizar sintomas que são comuns à espécie.

 

Bibliografia

1. NASSIF, M. Regina Galante- "Compêndio de Homeopatia - vol. 1" ,

1ª edição, Robe Editorial, Brasil, 1995.

2. BASTIDE, Madeleine. - "Homeopathy: a communication process" .

 

Portal de Homeopatia

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