Dra. Bastide: Homeopatia, um processo de comunicação

 Dra. Bastide: Homeopatia, um processo de comunicação

Homeopatia é caracterizada pelo princípio da similitude. A similitude é aquilo no qual os
sintomas observados no objeto saudável, recebendo um certo medicamento dado, são os
mesmos observados num paciente que precisa deste mesmo medicamento para se curar.

Como a expressão dos sintomas diz respeito a todo o corpo e a mente, o segundo princípio
da Homeopatia é o princípio da totalidade.

Graças as observações de Hahnemann, os remédios escolhidos de acordo com o princípio
da similitude são mais poderosos quando dados diluídos e succionados: a "potencialização"
ou dinamização aumenta a eficácia do medicamento ainda que as moléculas não estejam
mais teoricamente presentes (além do número de Avogrado 10 -23, isto é o número de
moléculas/ molécula-grama).

Estes três princípios são um nonsence para a ciência dominante, a qual é baseada na lógica
da matéria, de acordo com o paradigma mecanicista. Este paradigma tem sido tão fecundo
que nós pensamos nele como a única lei da racionalidade. Contudo, outros fatores fazem ser
necessária a criação de um novo caminho de pensamento porém precisamos não sair da
racionalidade.


A função do corpo vivo é um desses fatores: O organismo vivo não pode ser considerado
como um objeto, pois:

Ele é heterogêneo;


Ele funciona como um todo e não pode ser separado em seus diferentes elementos;
Ele é continuamente modificado em função do tempo; ele tem uma memória fisiológica
e física, representada pelo sistema imune;
Ele está num contínuo e irreversível processo de aprendizado.

O organismo vivo(corpo e mente) é uma estrutura complexa apta à trocar informações com
o mundo externo; informações também circulam no mundo interno, permitindo trocas a todos
os níveis : o organismo vivo é uma estrutura informante-informadora.


Como o paradigma mecanicista apreende a interação material entre objetos e o paradigma
simbólico assume fatos linguísticos, nós precisamos de um paradigma (modelo) que permita
o entendimento das estruturas vivas: como tal, nós podemos apresentar o paradigma dos
significados, descoberto por A. Lagache 1:

Seres vivos se comunicam com seu mundo na via não verbal, seja ele a nível somático ou
psicológico. Este paradigma ocupa espaços dentro da estrutura da lógica da analogia :
a comunicação será mediada por "objetos semânticos". Sua aplicação pode ser usada
para interpretar os efeitos terapêuticos da Homeopatia e Fitoterapia, assim como o entendimento dos
conceitos imunológicos. 2,3,4

O objeto semântico faz sentido para o organismo vivo e a circulação desse tipo de significante
tem suas próprias leis:

1) Cada pedaço de informação não é um objeto mesmo que ele seja um carreador:


por exemplo, a informação do remédio é carregado pela diluição potencializada (a
transmissão da informação sendo feita por um transportador eletromagnético obtido
pela sucussão do solvente do medicamento como mostrado por Endler 5,6)


2) O sentido é não-local; ele interessa à todo organismo designado como receptor.
Este receptor então cria o significado e está apto a modificar seu comportamento.


3) O modo mais simples de representação para estruturas vivas é a mimese passiva.
Porém quando o organismo vivo recebe a informação alterada pelo objeto semântico
(i.e. a potência), ele recebe isso não como um objeto material mas como informação
sobre o objeto, o qual faz desencadear um procedimento e ativa a regulação pelo
organismo todo.

Esta é uma operação de mimese ativa. A fim de ser recebido, este
objeto semântico deve cumprir certas condições: ele deve ser suavisado, diluído, para
não piorar os sintomas por sua forte presença. Isto tem sido relatado para o receptor
referente.


Os sintomas patológicos podem ser considerados como uma tentativa de comunicação
do corpo do paciente: os sintomas começam o processo de comunicação sobre a patologia,
(estando o organismo inapto para encontrar, ele mesmo, os mecanismos de regulação
necessários para voltar seu estado normal).

Estes sintomas são classicamente percebidos
pelo médico também para identificar a patologia e para achar seu tratamento correspondente
(alopatia), ou para identificar o medicamento adequado para ser dado pela totalidade dos
sintomas num sujeito saudável (homeopatia):

A terapia alopática considera o corpo como
um objeto e tenta cancelar os sintomas principais pelo efeito oposto; a terapia homeopática
considera o corpo como uma estrutura informante-informadora e transmitirá uma informação
suavizada e artificial para a totalidade dos sintomas, dado pelo medicamento.


Então, o corpo estará apto a reconhecer e tratar o "objeto semântico", o qual permite a negação
os sintomas reconhecidos como uma adaptação errônea. Quanto mais similar dos sintomas
do paciente é o medicamento, mais efetivo ele é.

O plano médico tem como reinformar o
paciente e fazer seus sintomas se moverem em direção a um alto nível de integração. A
ação dos medicamentos consiste em uma analogia dinâmica entre pedaços de informação
como proposto por A. Lagache 1.

Um novo caminho de pensamento mostra que os tres princípios da Homeopatia são superpostos
e interdependentes. Isso pode racionalizar a proposta que a Homeopatia pertença ao mundo
da comunicação. Começando por este ponto, experimentações científicas tem sido baseadas
na possibilidade do receptor entender e receber informação. Neste modelo, a questão do receptor-referente tem sido indagada.

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Quando uma diluição potencializada é usada, algo deve definir a estrutura da informação. Por
Exemplo, altas diluições de veneno são capazes de induzir um processo de aprendizado no
sistema vivo mas somente podem lutar especificamente contra o veneno (lei da identidade)
Como uma "expectativa de perigo". As moléculas endógenas, como timulina, tiroxina, etc são automaticamente reconhecidas de acordo com o genoma.


A lei da similitude dá a estrutura de informação para a comunicação analógica.
Estes são exemplos de identificação da informação pelos organismos vivos. Então, o viver
é o processo sem fim por meio do qual níveis de informação são sintetizados em face das
Informações do meio ambiente.

Este novo caminho de pensamento nos permite entender a eficiência da Homeopatia.

Madeleine Bastide
Professor of Immunogy
University Montpellier I
France

  1. Lagache, A - Echos du sensible. Alpha Bleue, 1988, Paris
  2. Bastide, M et Lagache, A.- The Paradigma of Signifiers, Alpha Bleue, 1992, Paris
  3. Bastide, M; Lagache, A; Lemaire-Misonne,C- Le Paradigma des Signifiants: schème d'information applicable à l'Immulogie et à l'Homéopathie, Revue Inter. Systémique, 1995, 9: 237-249.
  4. Bastide, M; Lagache, A. A new paradigm applied to, high diluition effects on the living body. in: C. Taddei and P. Marotta eds: High diluition effects on cells and integrad systems. World Scientific Publ. Sigapore, New Jersey, London. in press.
  5. Endler, P.C; Pongratz, W; Smith, C.W; Schulte, J. "Non-molecular information transfer from thyroxime to frogs with regards to "homeopathic toxicology". J. Vet. Hum. Tox, 37, pp 259-260, 1995.
  6. Endler, P.C.;Pngratz, W;Smith, C.W; Schulte, J; Senekowitsch, F; Citro, M, "Non molecular information transfer from thyroxine to frogs", in Signal and Images, M.Bastide Ed, Kluver Academic Publisher, Dordrecht, 1996.